quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CEISE Br realiza coletiva de imprensa com o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Na sexta-feira, 24 de fevereiro, aconteceu, no auditório do Centro Empresarial Zanini, uma coletiva de imprensa e palestra com a participação do secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Gerardo Fontelles. Na ocasião, também participaram da mesa de discussão o ex-secretário do MAPA, Manoel Bertone, o presidente do CEISE Br, Adézio Marques, O professor da UFSCar, Octavio Valesche e o gerente do centro de pesquisas da Price WaterHouse Coopers Marco Antônio Conejero.

A coletiva começou com a palavra do presidente do CEISE Br, Adézio Marques, que chamou a atenção para que o governo enxergue o setor sucroenergético como uma cadeia produtiva, e não só de usineiros. “Por trás de 450 usinas há em torno de 80 mil fornecedores e 2,5 milhões de trabalhadores”, afirma Adézio. Além disso, ele também comentou da importância de haver uma união entre o setor e o governo e a criação de regras para dar uma segurança a todos.

Ele também falou sobre os problemas que o setor vem passando, como a falta de cana. “O setor não está se remunerando, não houve investimentos necessários no momento certo”. Além disso, a tributação do etanol é maior que da gasolina. “O preço do álcool vem subindo, e o da gasolina está congelado a 6 anos. Quebrou-se a paridade no preço”, finaliza o presidente do CEISE Br.

O secretário de Produção e Agroenergia do MAPA, José Gerardo Fontelles também bateu na tecla dos problemas com os canaviais. Porém, ele ressaltou que o problema não está apenas na liberação de verbas para a renovação dos canaviais, é preciso haver uma integração do sistema. “O governo se propõe a colocar recursos na linha de operação, além da renovação e ampliação da indústria. E, paralelamente são precisos recursos para a manutenção continua de acompanhamento e planejamento de pesquisas para a cadeia”, acrescenta o secretário.

Segundo o ex-secretário Manoel Bertone, essa não é primeira crise que passamos e não será a última. “Nenhum setor com tamanha importância consegue se manter se não houver regras bem definidas. O governo precisa ter ações bem definidas para atrair investidores e garantir lucratividade, fluxo de caixa”.

Ele também traçou um paralelo entre as ações tomadas no governo Lula e o governo Dilma. “Na era Lula assistimos um governo comprometido com o setor, houve estabilidade e crescimento e o presidente alardeou para o mundo a nossa produtividade. Já no governo Dilma, algo mudou. No início estávamos saindo de uma crise internacional, a demanda de etanol aumentou muito e a produção não. Demorou que o governo entendesse isso. Nesse início de governo, tem sido um aprendizado, onde é preciso repensar a distribuição de recursos e incentivos para toda a cadeia que começa com o produtores, as usinas, as indústrias de equipamentos”, completa Bertone.

O professor Octaviano Valesche falou sobre o MTA (Master of Technology Administration), que é um curso com gestão em tecnologia sucroenergética. Ele corresponde ao MBA, mas é voltado ao setor industrial. “O curso visa fornecer conhecimentos necessários ao gerenciamento das tecnologias na produção sucroenergética, já que passamos por um apagão de mão de obra qualificada”, diz o professor.

Já o gerente do centro de pesquisas da Price WaterHouse Coopers. Marco Antônio Conejero apresentou uma pesquisa que procura analisar os pontos fortes e fracos de 40 anos de Pró-Álcool, analisando aspectos de governança e particularidades industriais de toda a cadeia produtiva (do campo à distribuição dos produtos finais).

Ao final da reunião foi feita uma homenagem ao ex-secretário Manoel Bertone pelos anos de serviços prestados. Além disso, foi entregue uma placa a Bertone como forma de agradecimento.


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